15 junho 2007

"O ELEFANTE E AS FORMIGAS GUERREIRAS"

Os alunos /as do 3º ano da professora Céu adaptaram esta fábula retirada deste livro do escritor barreirense: Afonso Soares Lopes, a qual foi representada em teatro de fantoches. Aqui está o início da história original:

Na grande Reserva de Amboseli, no Quénia, muito perto do monte Quilimanjaro, onde existe uma enorme variedade de animais selvagens, vivia um grande elefante solitário. Era um animal imponente que possuía duas presas de tamanho invulgar. Todos os outros animais o temiam. Quando ele se aproximava de um bebedouro para beber e para se espojar, emitia dois bramidos avisadores e todos os animais que ali estivessem abandonavam de imediato o local. De tanto o temerem este elefante começou a tornar-se vaidoso e arrogante.
A partir daí, os confrontos com outros elefantes do Parque, eram quase diários. Normalmente saia sempre vitorioso de todos os combates
Proclamava então as suas vitórias com muito alarido para que todos os outros animais o ouvissem.
─ Eu sou o animal mais forte da selva! A mim ninguém me consegue vencer! Quem não estiver ainda convencido de que eu é que sou o rei da selva que venha mostrar-me o contrário.
Um Papagaio que estava empoleirado no alto de uma grande árvore, começou a dar gargalhadas. O elefante olhou para todos os lados e não viu bicho nenhum. Ficou muito intrigado. Quem seria o louco que ousava rir-se dele de uma forma tão atrevida? Virou a cabeça para todos os lados, mas nada conseguiu descortinar. Mas as gargalhadas continuavam.
─ Quem é o imprudente que se está a rir de mim e que não se mostra? Perguntou o Elefante.
─ Olha, Elefante, sou eu o Papagaio cinzento. Eu não estou escondido. Estou aqui no alto desta acácia! Tenho estado a ouvir as tuas bravatas e acho-te muito vaidoso e gabarolas. Eu não tenho nenhum medo de ti apesar do teu tamanho. Felizmente não consegues voar e, por isso, não me consegues fazer mal nenhum.
─ Por que me chamas gabarolas, Papagaio? Conheces algum bicho que me consiga vencer?
─ Na verdade, assim de repente, não conheço, mas, sei lá, talvez haja algum!
─ Até hoje ainda não vi nenhum outro animal que tivesse a coragem de me fazer frente e, certamente, nunca o verei.
─ Olha Elefante, não digas disparates. És um fanfarrão e podes vir a pagar pela língua.
O Elefante estava com uma vontade enorme de castigar o Papagaio pelo seu atrevimento, mas o Papagaio pressentindo as suas más intenções levantou voo em direcção à montanha onde vivia.
Quis, então, o destino aplicar ao Elefante uma tremenda lição.
Um dia, depois de um lauto almoço, o Elefante sentiu um profundo sono e deitou-se na relva à sombra de uma grande figueira brava.
Ficou ali espojado e regalado sem sequer se aperceber que, bem perto dele, um batalhão de formigas guerreiras (Quissondes) se preparava para abandonar o seu formigueiro e iniciar uma expedição guerreira.
Quando as formigas depararam com aquele gigantesco animal, imóvel, atravessado no seu caminho, ficaram furiosas e começaram a trepar por ele acima, dispostas a atacá-lo, sem ter qualquer respeito pelo seu grande tamanho.
A pele do Elefante era tão dura, tão espessa e tão insensível que as mordidelas que as formigas lhe aplicavam, nem sequer eram sentidas pelo paquiderme. Mas tudo mudou de figura, quando algumas formigas irromperam pela tromba do Elefante e se introduziram dentro dela.
Quando as formigas guerreiras, dotadas de grandes cabeças e fortes tenazes, começaram a ferrar as mucosas sensíveis da grande tromba do paquiderme, este levantou-se aflito, emitindo fortes bramidos de dor e de raiva.
Para se tentar livrar das atrevidas intrusas, desatou a correr, a soprar e a abanar a tromba. Precipitou-se logo para o bebedouro mais próximo e enchendo e esvaziando a tromba rapidamente com água, pensou que se poderia livrar das formigas. Mas, na verdade, a água soprada com toda a força de pouco lhe valeu. As formigas estavam firmemente fixadas no interior sensível da sua tromba e o elefante não conseguia livrar-se delas...
O final da história foi depois reinventado por todos, podes também imaginar um final...

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